sexta-feira, 17 de maio de 2013

Projeto do satélite SABIA-Mar é apresentado à indústria


Para apresentar à indústria aeroespacial a missão SABIA-Mar (Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marítimas), um workshop será realizado nesta sexta-feira (17/5) no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). Além de contribuir para os estudos regionais brasileiros e argentinos, a missão SABIA-Mar deve beneficiar a comunidade internacional na área de clima e mudanças globais.

O objetivo do workshop é compartilhar com a indústria nacional informações técnicas sobre a missão, coletar opiniões do setor e saber de suas expectativas para este projeto. Conhecendo melhor a missão, a indústria aeroespacial brasileira poderá contribuir no entendimento do desafio tecnológico e na estruturação de custos e prazos de desenvolvimento, necessários ao orçamento e cronograma básicos do projeto.

Uma visão geral da missão será apresentada por Marco Antonio Chamon, engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e gerente do Projeto Sabia-Mar. O diretor da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), Walter Bartels, falará sobre a capacitação das empresas.

O Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras será aberto às 9 horas pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho. Estão previstas uma série de mesas redondas entre os participantes do workshop, que deve se encerrar às 17h30.

A missão

A SABIA-Maré uma missão oceanográfica que se destina à observação da “cor do oceano” (ocean colour)e tem aplicações no estudo dos ecossistemas oceânicos, ciclo do carbono, mapeamento do habitat marinho e observação costeira.

Dados de satélites de cor do oceano são usados no estudo da biosfera oceânica, de sua dinâmica e de seus impactos nas atividades antropogênicas. Tais dados são necessários para quantificar mudanças oceânicas globais em diversas escalas de tempo (de meses a décadas). Os dados de cor do oceano são essenciais na estimativa de produção primária de fitoplancton, que se relaciona diretamente à absorção de dióxido de carbono (CO2).

Esses mesmos dados têm importante aplicação em monitoramento da qualidade da água e do transporte de sedimentos (erosão) nas regiões costeiras, gerando informação para atividades pesqueiras e de aquicultura (fazendas marinhas).

Há, ainda, o estudo da influência dos oceanos sobre as mudanças climáticas, que exige séries de dados longas e contínuas. Dessa forma, a missão SABIA-MAR, além de contribuir para os estudos regionais argentinos e brasileiros, poderá beneficiar a comunidade internacional na área de clima e mudanças globais, reforçando o papel dos dois países no cenário mundial.

Características

Para atingir os objetivos da missão, os sensores do SABIA-Mar deverão ser capazes de realizar a observação global com resolução de 1 km e revisita diária (sensor MUS-L, multispectral low resolution, com capacidade de gravação a bordo), além da observação costeira regional e de águas interiores com resolução de 200 m e revisita de 4 dias (sensor MUS-M, multispectral medium resolution, com dados disponíveis em tempo real e capacidade de gravação a bordo).

“Para cumprir esses requisitos básicos foi definida uma configuração de sistema baseada em dois satélites de pequeno porte (da ordem de 500 kg cada) que utiliza a Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo Brasil, no INPE. Cada satélite carregará um dos sensores”, explica Chamon.

Segundo o gerente do projeto, a partilha de tarefas e custos ainda não está totalmente definida, mas deverá em princípio ser feita em bases igualitárias (50% - 50%) para o desenvolvimento do segmento espacial, serviço de lançamento e segmento de aplicações (exceto infraestrutura). Os custos de segmento solo e demais infraestruturas serão absorvidos independentemente pelos dois países, segundo suas necessidades.

“A fase A do projeto deverá estar concluída em setembro de 2013. O lançamento do primeiro satélite (com o sensor MUS-L) deverá ocorrer em 2018 e o do segundo (com o sensor MUS-M) em 2019”, conclui o engenheiro do INPE.

Fonte: INPE

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