Para
apresentar à indústria aeroespacial a missão SABIA-Mar (Satélite
Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais Marítimas), um workshop será
realizado nesta sexta-feira (17/5) no Parque Tecnológico de São José dos Campos
(SP). Além de contribuir para os estudos regionais brasileiros e argentinos, a
missão SABIA-Mar deve beneficiar a comunidade internacional na área de clima e
mudanças globais.
O
objetivo do workshop é compartilhar com a indústria nacional informações
técnicas sobre a missão, coletar opiniões do setor e saber de suas expectativas
para este projeto. Conhecendo melhor a missão, a indústria aeroespacial
brasileira poderá contribuir no entendimento do desafio tecnológico e na
estruturação de custos e prazos de desenvolvimento, necessários ao orçamento e
cronograma básicos do projeto.
Uma
visão geral da missão será apresentada por Marco Antonio Chamon, engenheiro do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e gerente do Projeto Sabia-Mar.
O diretor da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), Walter
Bartels, falará sobre a capacitação das empresas.
O
Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras será aberto às 9 horas pelo
presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho.
Estão previstas uma série de mesas redondas entre os participantes do workshop,
que deve se encerrar às 17h30.
A
missão
A
SABIA-Maré uma missão oceanográfica que se destina à observação da “cor do
oceano” (ocean colour)e tem aplicações no estudo dos ecossistemas oceânicos,
ciclo do carbono, mapeamento do habitat marinho e observação costeira.
Dados
de satélites de cor do oceano são usados no estudo da biosfera oceânica, de sua
dinâmica e de seus impactos nas atividades antropogênicas. Tais dados são
necessários para quantificar mudanças oceânicas globais em diversas escalas de
tempo (de meses a décadas). Os dados de cor do oceano são essenciais na
estimativa de produção primária de fitoplancton, que se relaciona diretamente à
absorção de dióxido de carbono (CO2).
Esses
mesmos dados têm importante aplicação em monitoramento da qualidade da água e
do transporte de sedimentos (erosão) nas regiões costeiras, gerando informação
para atividades pesqueiras e de aquicultura (fazendas marinhas).
Há,
ainda, o estudo da influência dos oceanos sobre as mudanças climáticas, que
exige séries de dados longas e contínuas. Dessa forma, a missão SABIA-MAR, além
de contribuir para os estudos regionais argentinos e brasileiros, poderá
beneficiar a comunidade internacional na área de clima e mudanças globais,
reforçando o papel dos dois países no cenário mundial.
Características
Para
atingir os objetivos da missão, os sensores do SABIA-Mar deverão ser capazes de
realizar a observação global com resolução de 1 km e revisita diária (sensor
MUS-L, multispectral low resolution, com capacidade de gravação a bordo), além
da observação costeira regional e de águas interiores com resolução de 200 m e
revisita de 4 dias (sensor MUS-M, multispectral medium resolution, com dados
disponíveis em tempo real e capacidade de gravação a bordo).
“Para
cumprir esses requisitos básicos foi definida uma configuração de sistema
baseada em dois satélites de pequeno porte (da ordem de 500 kg cada) que
utiliza a Plataforma Multimissão (PMM), desenvolvida pelo Brasil, no INPE. Cada
satélite carregará um dos sensores”, explica Chamon.
Segundo
o gerente do projeto, a partilha de tarefas e custos ainda não está totalmente
definida, mas deverá em princípio ser feita em bases igualitárias (50% - 50%)
para o desenvolvimento do segmento espacial, serviço de lançamento e segmento
de aplicações (exceto infraestrutura). Os custos de segmento solo e demais
infraestruturas serão absorvidos independentemente pelos dois países, segundo
suas necessidades.
“A
fase A do projeto deverá estar concluída em setembro de 2013. O lançamento do
primeiro satélite (com o sensor MUS-L) deverá ocorrer em 2018 e o do segundo
(com o sensor MUS-M) em 2019”, conclui o engenheiro do INPE.
Fonte:
INPE
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