Mineradora atribuiu a queda nos resultados do
primeiro trimestre ao baixo preço do minério de ferro, mas afirmou que a
situação deve se normalizar em breve.
São Paulo - Os lucros da Vale caíram no primeiro trimestre de 2014 mas, de acordo com Murilo Ferreira, presidente executivo da mineradora, a situação é passageira.
Em conferência de imprensa para divulgação dos resultados do trimestre,
Ferreira afirmou que um desequilíbrio entre oferta e demanda havia
baixado os preços do minério, o que havia comprometido os ganhos da
companhia.
Para a Vale, porém, o pior já passou e os preços não devem mais cair
mais do que os 110 dólares por tonelada de hoje. “A demanda continua
crescendo e a oferta não crescerá na mesma velocidade. O aumento da
oferta foi algo momentâneo”, disse o executivo.
Ele lembrou que, todos os anos, entre 40 e 50 milhões de toneladmas
deixam de existir no mercado por conta de minas em fim de vida, que
deixam de funcionar no mundo todo.
A China
também influenciou neste fenômeno, já que o país já tinha estoques
suficientes de minério e reduziu suas compras. Ao fim do semestre,
porém, o gigante asiático deve precisar de reposições.
Distribuição
A Vale, aliás, continua confiante na economia chinesa e afirma que a
demanda por minério de ferro no paós deve crescer entre 3% e 5% neste
ano. Até o fim de 2014, a mineradora já estará preparada para atender a
essas necessidades.
O novo centro de distribuição na Malásia, que vai atender à Ásia e
principalmente à China, deve começar a funcionar completamente em
outubro deste ano. Foi o que afirmou José Carlos Martins, diretor de
Ferrosos da Vale.
O recebimento de minérios já está operando, mas a saída só deve começar
a operar no fim do segundo semestre. Ao todo, 60 milhões de toneladas
de minério de ferro devem passar pelo centro de distribuição e 1,5
milhão permanecerão em estoques.
Simandou
No mesmo dia em que a Vale divulgou seus resultados do primeiro
trimestre ao mercado, o presidente da Guiné, Alpha Conde, afirmou que a
companhia não teve “qualquer envolvimento com casos de corrupção”.
Duas semanas atrás, o governo aceitou um relatório que recomendava o
cancelamento de duas concessões de minério de ferro detidas pela BSG
Resources e pela Vale, parceiras em joint venture na região.
“Sermos bem vistos na Guiné foi uma ótima notícia, mas qualquer futuro
investimento deverá passar pela autorização do conselho. A declaração do
presidente é bastante motivadora”, disse Murilo Ferreira.
Ainda nesta quarta-feira, a Rio Tinto abriu um processo contra a Vale
referente à mesma mina de Simandou, alegando que a mineradora brasileira
havia conspirado de forma irregular para vencer a concessão.
Sobre o processo, Ferreira afirmou que “cabe ao acusador demonstrar as
provas, sob pena de má fé. A Rio Tinto precisa demonstrar que as
investigações dessas instituições [o governo da Guiné] estão
equivocadas”.