Depois de seis meses ausente do mercado de títulos de
dívida internacional, a Petrobras fechou ontem a maior captação externa da
história já realizada por um emissor de mercados emergentes, considerando
empresas e bancos. Em menos de um dia, levantou US$ 11 bilhões, divididos em
seis tranches diferentes, quatro com taxas prefixadas e duas pós-fixadas.
Segundo uma fonte que acompanhou a operação, a demanda superou US$ 40 bilhões.
No ranking global de emissões corporativas, incluindo o
setor financeiro, a captação é a nona maior da história. Considerando apenas
este ano, está na vice-liderança, atrás da captação da Apple, de US$ 17
bilhões.
Com a emissão de títulos prefixados de três anos, a
Petrobras captou US$ 1,25 bilhão, pagando spread sobre os títulos do Tesouro
americano de 175 pontos-base, abaixo dos 205 pontos previstos inicialmente. A
oferta de títulos pós-fixados de três anos somou US$ 1 bilhão, com rendimento
de 162 pontos mais Libor de três meses. Na operação prefixada com prazo de
cinco anos, captou US$ 2 bilhões e pagou spread de 230 pontos sobre os títulos
do Tesouro americano e mais US$ 1,5 bilhão na tranche pós-fixada, com rendimento
de Libor mais 214 pontos. A tranche de dez anos alcançou US$ 3,5 bilhões, com
prêmio de 260 pontos-base sobre os títulos do Tesouro americano, e os bônus de
30 anos somaram US$ 1,75 bilhão, com spread de 265 pontos.
A captação bilionária ajudou a derrubar o dólar, que
fechou em queda de 0,74%, a maior desde 5 de abril. "Esses dólares
entrarão rápido no mercado", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da
Fair Corretora. Segundo ele, os fluxos de entrada foram suficientes até mesmo
para compensar a saída de estrangeiros da bolsa registrada ontem e que ajudou a
derrubar o Ibovespa.
Fonte: Valor Econômico
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