terça-feira, 7 de maio de 2013

Crescimento no Brasil vai acelerar em 2013, prevê FMI


WASHINGTON  - O crescimento da economia brasileira deve acelerar de menos de 1% em 2012 para 3% neste ano, refletindo os “muitos estímulos e medidas” adotados pelo governo no ano passado, que darão resultado em 2013, disse o diretor para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner.

Em entrevista gravada para o site da instituição, Werner diz que, para o futuro, é importante o país focar na agenda de infraestrutura e de reformas estruturais, para gerar expansão acima de 3%. Ele disse que o Fundo está atento, acompanhando a situação para ver se há elevação do investimento ao longo do ano.

O comportamento da inflação no Brasil também está no radar do FMI, disse Werner, para quem é necessário, como tem ressaltado o Banco Central brasileiro, ser “cuidadoso e vigilante” em relação à alta dos índices de preços.

Werner destacou que o BC tem sido “extremamente direto” ao falar de seu desejo de conter a inflação e “trazê-la de volta à meta”, cujo centro é 4,5%, com intervalo de tolerância de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Ele não fala do aumento dos juros promovido pelo BC brasileiro no mês passado, que levou a Selic de 7,25% para 7,5% ao ano.

Ao analisar o desempenho da economia brasileira em 2012, a instituição ressalta que o crescimento se desacelerou com força, “a despeito dos significativos estímulos monetários e fiscais”. Segundo o FMI, “elevados custos unitários do trabalho, gargalos de infraestrutura, e incerteza sobre políticas domésticas provavelmente pesaram sobre a confiança dos empresários e o investimento privado”.

Indicadores recentes, contudo, apontam para um fortalecimento da atividade, e o investimento voltou a crescer no quarto trimestre de 2012, aponta o FMI. A aceleração do crescimento brasileiro deverá vir do impacto defasado das políticas de estímulo promovidas pelo governo e das medidas adotadas para impulsionar o investimento privado. Para a América Latina, o FMI espera expansão de 3,4% neste ano, acima dos 3% do ano passado. O desempenho melhor do Brasil terá peso importante nessa trajetória.

As projeções fazem parte do Panorama Econômico Regional para o Hemisfério Ocidental da instituição, que inclui todos os países das Américas. O relatório mantém as estimativas divulgadas há duas semanas pelo FMI, na reunião de primavera realizada em conjunto com o Banco Mundial, em Washington.

Fonte: Valor Econômico

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