WASHINGTON - O crescimento da economia brasileira deve
acelerar de menos de 1% em 2012 para 3% neste ano, refletindo os “muitos
estímulos e medidas” adotados pelo governo no ano passado, que darão resultado
em 2013, disse o diretor para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Alejandro Werner.
Em
entrevista gravada para o site da instituição, Werner diz que, para o futuro, é
importante o país focar na agenda de infraestrutura e de reformas estruturais,
para gerar expansão acima de 3%. Ele disse que o Fundo está atento,
acompanhando a situação para ver se há elevação do investimento ao longo do
ano.
O
comportamento da inflação no Brasil também está no radar do FMI, disse Werner,
para quem é necessário, como tem ressaltado o Banco Central brasileiro, ser
“cuidadoso e vigilante” em relação à alta dos índices de preços.
Werner
destacou que o BC tem sido “extremamente direto” ao falar de seu desejo de
conter a inflação e “trazê-la de volta à meta”, cujo centro é 4,5%, com
intervalo de tolerância de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Ele
não fala do aumento dos juros promovido pelo BC brasileiro no mês passado, que
levou a Selic de 7,25% para 7,5% ao ano.
Ao
analisar o desempenho da economia brasileira em 2012, a instituição ressalta que
o crescimento se desacelerou com força, “a despeito dos significativos
estímulos monetários e fiscais”. Segundo o FMI, “elevados custos unitários do
trabalho, gargalos de infraestrutura, e incerteza sobre políticas domésticas
provavelmente pesaram sobre a confiança dos empresários e o investimento
privado”.
Indicadores
recentes, contudo, apontam para um fortalecimento da atividade, e o
investimento voltou a crescer no quarto trimestre de 2012, aponta o FMI. A
aceleração do crescimento brasileiro deverá vir do impacto defasado das
políticas de estímulo promovidas pelo governo e das medidas adotadas para
impulsionar o investimento privado. Para a América Latina, o FMI espera
expansão de 3,4% neste ano, acima dos 3% do ano passado. O desempenho melhor do
Brasil terá peso importante nessa trajetória.
As
projeções fazem parte do Panorama Econômico Regional para o Hemisfério
Ocidental da instituição, que inclui todos os países das Américas. O relatório
mantém as estimativas divulgadas há duas semanas pelo FMI, na reunião de
primavera realizada em conjunto com o Banco Mundial, em Washington.
Fonte: Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário