sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Siderúrgicas operam no limite


Perspectivas de melhora no cenário neste ano após as perdas verificadas em 2012. 



As principais siderúrgicas instaladas em Minas estão operando próximas da capacidade instalada.

As usinas siderúrgicas instaladas em Minas Gerais iniciaram este ano em ritmo acelerado. Conforme fontes ligadas ao setor, as principais plantas no Estado estão operando próximas da capacidade instalada. Isto é resultado das perspectivas de melhora no cenário neste ano após as perdas verificadas em 2012.

Entre os grupos siderúrgicos que estão com as operações em ritmo elevado está a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A (Usiminas), que utiliza cerca de 80% de sua capacidade instalada. A empresa pode produzir aproximadamente 8 milhões de toneladas de aço bruto ao ano em suas duas unidades, em Ipatinga (Vale do Aço) e Cubatão (SP), sendo uma das maiores produtoras de aços planos do país.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga, Luiz Carlos Miranda, a produção da companhia mantém o mesmo nível desde o final do ano passado. Na unidade do Vale do Aço, a siderúrgica tem capacidade de produzir cerca de 5 milhões de toneladas de aço bruto/ano.

Em dezembro, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da siderúrgica, Ronald Seckelmann, durante apresentação aos investidores, já havia confirmado o nível de produção em algo em torno de 80% da capacidade.

No segmento de aços longos, a ArcelorMittal em João Monlevade (Vale do Aço) também está operando a pleno vapor, conforme o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade, Luiz Carlos da Silva. Segundo ele, o grupo estima bater o recorde anual de produção em 2013, atingindo 1,250 milhão de toneladas.

A produção também está elevada na Aperam South America (ex-Acesita), em Timóteo, no Vale do Aço. A fabricante de aço inox está com o nível de utilização da capacidade instalada entre 85% e 90%, segundo estimativas do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Timóteo, Carlos José de Vasconcelos. "Em janeiro, o ritmo está normal", afirma.

Apesar disso, segundo o presidente da entidade, os efeitos da crise na Europa preocupam. "Nós percebemos a falta de investimentos na planta", diz. Segundo ele, a empresa vem mantendo uma política de corte de custos.


Ritmo - O ritmo elevado no início de deste ano já era esperado pelo mercado. De acordo com o analista do Banco Geração Futuro, Rafael Weber, o momento de produção em alta se dá em função da sinalização de melhora nos resultados de cadeias produtivas que são grandes consumidores de aço. Entre eles está o segmento de veículos pesados, que registrou queda significativa no ano passado.

Weber estima que o mercado deverá crescer entre 5% e 6% em 2013 na comparação com o ano passado. Apesar disso, conforme ele, ainda não haverá uma recuperação total do setor em função das margens que não deverão voltar aos patamares verificados no período pré-crise.

Antes da crise de 2008, as companhias siderúrgicas chegavam a registrar margens de lucro de até 40%. Porém com a alta do custo de insumos, principalmente o carvão mineral e o minério de ferro, além de descontos concedidos para barrar as importações, estas margens ficaram abaixo de 10%.


Produtividade - O nível da atividade siderúrgica pode também ser explicada pela discrepância entre a produção de aço bruto e a laminação verificada no ano passado. "Em 2012, as empresas direcionaram parte dos estoques próprios de semiacabados para a laminação", explica o analista da Tendências Consultoria Bruno Resende. Dessa forma, as usinas reduziram a produção do aço bruto.

O especialista faz também projeções positivas para este ano. Segundo ele, as medidas do governo, como o aumento da alíquota do imposto de importação para alguns produtos siderúrgicos, além da redução na tarifa de energia elétrica, deverão ter efeitos positivos.

Além disso, foi eliminada a "Guerra dos Portos" responsável por grande parte das importações de aço. A Resolução nº 13 do Senado Federal unificou a alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior após o seu desembaraço aduaneiro, acabando com estímulos concedidos por alguns estados.

Conforme as última projeções do Instituto Aço Brasil (IABr), a produção de aço bruto no Brasil caiu 1,1% no ano passado na comparação com 2011, passando de 35,220 milhões de toneladas para 34,819 milhões de toneladas.

FONTE: DIÁRIO DO COMÉRCIO

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