Orçado em US$ 4 bilhões, deverá custar US$ 8,8 bi.
Projeto da Anglo inclui a construção do maior mineroduto do mundo
O projeto Minas-Rio, da Anglo American, passou por mais uma revisão de valores e, nas palavras da direção da companhia, "desapontou" o grupo. Orçada inicialmente em US$ 4 bilhões, a construção do maior mineroduto do mundo, com 525 km de extensão, e uma unidade de beneficiamento em Conceição do Mato Dentro (Médio Espinhaço) deverá custar algo em torno de US$ 8,8 bilhões, ou seja, mais do que o dobro do esperado.
A mineradora adquiriu o projeto em 2007 e, desde então, o capital exigido para desenvolvê-lo cresceu três vezes, chegando a US$ 8,8 bilhões, conforme nota divulgada pela empresa. Já a data de operação foi adiada em cinco anos, marcada agora para o fim de 2014. "Apesar dos desafios que o projeto Minas-Rio tem enfrentado, a Anglo American prevê a data do primeiro embarque de minério de ferro do empreendimento para o final de 2014", diz a nota.
Uma das explicações para a elevação do custo do projeto está relacionada às dificuldades de acesso às terras e aquisições de propriedades. Após a resolução dessa questão, a empresa teve que investir em um número maior do que o esperado de obras civis e de terraplenagem, o que também onerou o projeto. Os requisitos para conseguir licenciamento também foram mais custosos do que o previsto, conforme a empresa. Aliado a isso, colaborou para a elevação dos gastos a inflação na construção civil, que inclui ajustes de contratos e aumentos de preços de equipamentos.
O novo orçamento apresentado pela empresa inclui uma contingência assegurada de US$ 600 milhões. O objetivo é o de ter um caixa preparado para se assegurar os gastos com aumentos adicionais de custos ao longo do percurso, de modo que se consiga manter o cronograma.
"Nós estamos claramente desapontados que a diversidade de desafios que nosso projeto Minas-Rio tem enfrentado contribuiu para um aumento significativo do Capex (capital expenditures - investimento em bens de capital), resultando na baixa contábil que registramos", afirmou, na nota, a presidente global da Anglo American, Cynthia Carroll, que que deixará a companhia para ser substituída por Mark Cutifani em abril. Os gastos extras previstos somados aos atrasos no projeto brasileiro contribuíram para a decisão da companhia de trocar o principal executivo.
Apesar disso, a executiva ainda se diz otimista. "Apesar das dificuldades, nós continuamos confiantes na atratividade a médio e longo prazos do Minas-Rio assim como em seu posicionamento estratégico, e permanecemos comprometidos com o empreendimento", diz.
O projeto, que deverá produzir 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro, permanece em andamento.
Fonte: Diário do Comércio
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