terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Vale estaria planejando complexo em Conceição


Companhia teria comprado terrenos e realizado estudos na região. 



Projeto Minas-Rio, da Anglo American, na região, tem aportes de US$ 8,8 mi

Após receber investimentos bilionários da Anglo American, no projeto Minas-Rio, o município de Conceição do Mato Dentro (Médio Espinhaço) poderá também ser o destino de aportes da Vale S/A na implantação de um complexo minerário. Além de realizar estudos na região, conforme informado com exclusividade em julho do ano passado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, a gigante da mineração estaria comprando terrenos no entorno de suas reservas.

Os rumores sobre a implantação de um complexo da mineradora em Conceição do Mato Dentro aumentaram após a companhia ter intensificado os estudos em reservas minerárias na região. Estima-se que a empresa tenha em suas jazidas no município minério de ferro de alto teor, acima de 60% de concentração.

Além disso, em entrevista à imprensa, o vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, chegou a afirmar que a Vale tem termos de compromisso assinados com o Estado para investir no Médio Espinhaço.

Por outro lado, a mineradora somente confirma que está realizando pesquisas na região, da mesma forma em que mantém em diversas áreas no Estado. Conforme a empresa, não há nenhum projeto operacional previsto neste momento.

Apesar da negativa da empresa, o prefeito de Conceição do Mato Dentro, Reinaldo César de Lima Guimarães, em nota, afirma que a mineradora vem adquirindo propriedades no entorno de suas reservas minerais. Já em relação aos trabalhos de sondagem, ele explica que a administração municipal dispõe de poucas informações.

Para o diretor da ONG Sociedade Amigos do Tabuleiro, Carlos Eduardo Teixeira Nery, que vem acompanhando a movimentação de projetos minerários na região, ainda é um "mistério" a implantação do complexo minerário da Vale e várias datas são especuladas. "Atualmente, há indícios que este empreendimento entre em operação em 2017", afirma.

Mas as últimas movimentações da mineradora sinalizam que a implantação poderá ocorrer brevemente. O diretor da ONG lembrou que a empresa contratou estudos da fauna e da flora na região. Além disso, está comprando áreas no município. "A Vale está aquirindo terras por valores altos, maiores até que a Anglo American pagou", diz.

Na opinião de Nery, a Vale está comprando as terras e realizando os estudos da fauna e da flora para não enfrentar os mesmos problemas verificados pela Anglo American, que teve seu projeto postergado, além de registrar um aumento significativo de custos.

O Médio Espinhaço vem se destacando por reservas significativas de minério de ferro e investimentos pesados em novos projetos de extração. O projeto Minas-Rio da Anglo American, por exemplo, terá aportes de US$ 8,8 milhões.

O empreendimento compreende as jazidas nos municípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, onde serão extraídas 26,5 milhões de toneladas/ano. Além disso está sendo implantado um mineroduto, com previsão de ser concluído em 2014, que terá 525 quilômetros de extensão e será o maior do planeta, atravessando 32 municípios entre Minas Gerais e o litoral fluminense. Além disso, está incluído o terminal de minério do porto de Açu, em São João da Barra (RJ), no qual a Anglo é parceira da LLX, do Grupo EBX, com 49% de participação.


Morro do Pilar - Em Morro do Pilar, município vizinho, outro grande projeto poderá ganhar forma nos próximos anos. A Manabi Holding S/A deverá produzir cerca de 30 milhões de toneladas anuais de minério de ferro em seus ativos no Estado. Estima-se que os investimentos da companhia ultrapassem US$ 4,1 bilhões.

Além da abertura das minas, o projeto compreende também planta de beneficiamento, mineroduto, ramais ferroviários e um terminal portuário no litoral capixaba.

Ao todo, a mineradora possui 78 direitos minerários em Minas Gerais, inseridos em uma área de 75 mil hectares, parte da área dentro do Quadrilátero Ferrífero. A base acionária da Manabi inclui a Ontario Teachers Pension Plan (OTPP), Korea Investment Corporation e Southeastern Asset Management.

Fonte: Diário do Comércio

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