Corredor para transporte de cargas.
Transporte de cargas pelo FerroAnel Metropolitano permitirá a liberação de trens para passageiros
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) se prepara para implantar um anel ferroviário destinado ao transporte de cargas, o que permitirá, no médio prazo, a liberação de trens que circulam na região para o transporte de passageiros. Segundo informou o secretário extraordinário de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira, a semente foi plantada em janeiro, em reunião entre governos federal, estadual e concessionárias de transporte ferroviário. Os entendimentos prosseguiram e, conforme ele, no dia 19 passado, a MRS Logística confirmou que assumirá o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, além do projeto executivo do FerroAnel.
Paralelamente, está sendo concluída a modelagem para o Trem Metropolitano, um projeto voltado para o transporte de passageiros na Grande BH, com previsão de licitação no segundo semestre "e início dos trabalhos no primeiro semestre de 2014". A ideia é que o transporte ferroviário seja compartilhado entre cargas e passageiros nas linhas existentes, por meio do Trem Metropolitano, até que seja viabilizado o FerroAnel. A partir de então, os 1.500 km da malha ferroviária em estudo ficarão livres para o transporte de passageiros. "São projetos complementares", pontuou.
Segundo Silveira, em reunião realizada em janeiro, presidida pelo governador Antonio Anastasia, participaram o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, um diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e representantes das concessionárias MRS Logística e da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA): todos os agentes responsáveis pela viabilização do projeto, ressaltou o secretário.
O transporte ferroviário de passageiros ganhará novo status na Grande BH
Viabilidade - Embora haja a exigência de legal de as concessionárias compartilharem o transporte de cargas com o de passageiros, Silveira ressaltou que o objetivo é buscar o entendimento entre as partes para viabilizar os projetos do Trem Metropolitano e do FerroAnel. Com esse propósito, disse o secretário, o presidente da MRS, Eduardo Parente, confirmou, nesta semana, a intenção de a concessionária assumir, possivelmente a partir de abril, os estudos de viabilidade (com indicação de possibilidades de traçado e riscos ambientais) e projeto executivo do anel ferroviário.
De acordo com o chefe de gabinete da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Gustavo Palhares, somente quando forem cumpridas as etapas dos estudos de viabilidade e do projeto executivo é que será possível mensurar os custos e definir o traçado do FerroAnel. "A partir de então haverá condições para se definir os meios de viabilidade do projeto, qual será a participação financeira de cada governo, da iniciativa privada, ou se pode ou não ser incluído no planejamento do governo federal em logística", ponderou Palhares.
Quanto ao traçado, também é muito cedo para definições. No entanto, a ideia é que o FerroAnel acompanhe o trecho norte do Rodoanel, que ligará à BR-381, próximo a Ravena, à BR-381 já na saída de Betim. "Parte desse traçado cruza com a linha ferrea que faz o percurso entre Sete Lagoas e Belo Horizonte. E em algum momento desse trecho, haverá uma interligação com o FerroAnel", explicou Palhares.
A expectativa é de que essa etapa de estudos e projetos seja vencida num prazo de dois anos, com perspectiva de pleno funcionamento do sistema em médio prazo. "Cinco anos é uma meta possível", admite Palhares. Para o secretário Alexandre Silveira, "se, ao fim desse governo tivermos concluído a modelagem, já estaremos muito satisfeitos".
Metropolitano - Enquanto se inicia o projeto do FerroAnel, já está em fase de conclusão a modelagem do projeto Trem Metropolitano - a ser implementado via parceria público-privada - com o propósito de oferecer transporte ferroviário a passageiros em três ramais da região metropolitana. O trabalho de modelagem será concluído em julho, com perspectiva de consulta pública e lançamento de edital no segundo semestre.
Segundo o chefe de gabinete da Agência de Desenvolvimento da RMBH, o Trem Metropolitano consiste em três ramais. Dois deles, atualmente usados para transporte de cargas pelas concessionárias, estão em boas condições de serem absorvidos para uso de transporte de passageiros. Um deles ligará Sete Lagoas a Divinópolis; o outro, Águas Claras, na altura do BH Shopping, à Cidade Industrial e Brumadinho. Já o terceiro ramal, entre o Horto, em Belo Horizonte, e Conselheiro Lafaiete, está inoperante. "E, por essa razão, deve demandar maiores investimentos".
Palhares explicou que somente com a entrega da modelagem, em julho, será possível identificar os meios de compartilhamento para transporte de cargas e passageiros. "Precisamos entender primeiro em quais trechos pode haver compartilhamento de horários e em quais será necessária a implantação de novas linhas, complementares". A partir dessas definições, será possível mensurar custos e abrir a licitação, possivelmente no segundo semestre.
Fonte: Diário do Comércio
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