terça-feira, 5 de março de 2013

Minas pode "importar" energia


Estado é responsável por 16,06% de toda a produção de eletricidade gerada no país. 

Considerada a caixa d'água do Brasil, Minas Gerais produz hoje 16,6% de toda energia gerada no país
Minas Gerais é hoje responsável por 16,06% de toda a energia gerada no país, com capacidade instalada de 19,68 milhões de kilowatts (kW). Porém, como o potencial hídrico tem limite e 100% dos aportes em andamento no Estado são na matriz hidráulica, a expectativa é de que o segundo maior gerador do Brasil necessite importar o insumo de outras regiões no médio prazo, conforme análise de especialistas.

Atualmente, Minas Gerais perde apenas para São Paulo, que tem uma capacidade produtiva de 24,9 milhões de kW, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na terceira posição, fica o Paraná, com 10,4 milhões de kW. Porém, com os investimentos em regiões promissoras como o Norte do país e aposta na diversificação da matriz energética, essa configuração não deverá se manter a mesma por muitos anos.

Os grandes problemas dos investimentos mineiros em geração são que grande parte deles está parada e os que estão em andamento visam apenas aumento da capacidade hidrelétrica, sem a tão necessária aposta em diversificação.

Do montante de 1,44 milhão de kW que serão colocados em operação em Minas Gerais, apenas 469,5 mil vêm de empreendimentos que já estão em construção, sendo que 100% são da matriz hidrelétrica. O restante está parado por causa de custos ou de problemas ambientais e seguem a mesma tendência de não diversificação. Apenas 17% referem-se a usinas termelétricas.


Os investimentos mineiros em geração estão parados ou não visam à diversificação da matriz energética
Alternativa - Já do total da potência instalada em empreendimentos em operação no Estado, 83,26% vêm de usinas hidrelétricas de energia (UHE), 3,69% de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e 0,29% de central geradora hidrelétrica (CGH), ou seja, 81,24% são da mesma matriz, diferenciando apenas o porte. A única fonte alternativa adotada, por enquanto, são as usinas termelétricas de energia (UTE), com 9,8% da potência gerada pelo Estado.

O consultor da área de energia, que foi diretor da Cemig e presidente da Eletrobras, Aloísio Vasconcelos, explica que, quando o assunto é hidrelétrica, Minas Gerais se destaca por questões geográficas. Primeiro, graças ao potencial hídrico do Estado, que possui grande parte dos rios utilizados na geração de energia. Segundo, em decorrência da posição estratégia, próximo a grandes centros consumidores, como São Paulo.

Porém, conforme lembra o sócio-diretor da Enecel Energia, Raimundo de Paula Batista Neto, essa vantagem competitiva não vai ser suficiente para que a produção aumente na mesma proporção em que a demanda pelo insumo. "Minas Gerais vai ser importador de energia futuramente porque a tendência é que o Norte do país ocupe o lugar de grande exportador", afirma.

O diretor da CMU Comercializadora de Energia, Walter Luiz de Oliveira Fróes, concorda que o Estado deverá importar energia mas lembra que ele vai permanecer com o status de "caixa d’água do país" e, portanto, ainda terá importância na matriz energética nacional.

Fonte: Diário do Comércio 

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