sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Veículo aéreo não tripulado vai inspecionar redes de transmissão e distribuição da Cemig

Vant está em fase de teste e aguarda regulamentação da Anac para poder voar

















                  O engenheiro Maurício de Souza mostra o veículo aéreo não tripulado (Vant)

A aeronave parece um brinquedo que as crianças fazem voar com controle remoto. Parece, mas não é. Com tecnologia embarcada, o Veículo aéreo não tripulado (Vant) será um grande ajudante para monitorar e vistoriar as redes de transmissão e distribuição da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). "Atualmente, nas inspeções aéreas são utilizados helicópteros com técnicos embarcados, que identificam os problemas nas redes e depois fazem um relatório recomendando as intervenções necessárias. Os custos envolvidos na inspeção aérea são bastante elevados e isso se torna um impedimento para que elas sejam mais frequentes", explica o engenheiro de tecnologia e normalização da Cemig Maurício de Souza Abreu.
 
O Vant tem um sistema de navegação de controle interno que o faz voar de forma autônoma, orientado por GPS. O plano de voo fica armazenado em um software embarcado. A velocidade média é de 90 km/h, a autonomia de voo é de duas horas e a envergadura (extensão de uma asa à outra) é três metros. Atualmente, pousos e decolagens são executados por um radiocontrole operado por pessoas em terra. Mas, de acordo com o engenheiro da Cemig, está sendo desenvolvido um sistema que utiliza uma catapulta para lançar o veículo e um sistema de rede para recuperar a aeronave. "Depois que o Vant está no ar, o controle é transferido para o sistema de navegação embarcado, que assume o voo e leva a aeronave para os locais pré-definidos no plano de voo. A câmera de alta definição instalada na aeronave é disparada automaticamente quando o Vant atinge a coordenada georreferenciada de algum ponto de interesse para a companhia", conclui Maurício.
 
O projeto está sendo desenvolvido pela Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec) em parceria com a Cemig. Com a nova tecnologia, será possível reduzir custos das vistorias aéreas, além de inspecionar as linhas de distribuição e transmissão com uma frequência maior e com a mesma qualidade. "A ideia não é parar com as inspeções feitas com os helicópteros. O Vant será uma nova ferramenta de apoio para as áreas de manutenção. Quanto maior a frequência de inspeções, maior será a chance de encontrar algum possível problema ainda no início", ressalta Maurício. Atualmente, são feitas três vistorias por ano: uma na rede de transmissão e duas na rede de distribuição.
 
De acordo com o engenheiro, os bons resultados nos primeiros testes mostraram como o Vant seria útil para a Cemig, o que motivou o investimento com recursos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de um subsídio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Atualmente, para que o Vant possa ser completamente integrado nos processos de monitoramento e inspeção de suas redes, a Cemig está testando novos sensores e aguardando a regulamentação para a utilização dos veículos, que está sendo elaborada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
 
FONTE: Jornal Estado de Minas

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