Em Passo Fundo, escolas, secretaria do meio ambiente e grupos ecológicos realizam projetos voltados à conscientização ecológica.
Questões relacionadas ao lixo, à poluição de rios e mares, reciclagem e a importância de conservar as florestas, tudo isso passa pela educação. Uma educação para o meio ambiente, ou seja, que leve a consciência dos direitos e deveres que toda a população deveria ter. Essa é grande tarefa que a humanidade tem a cumprir, despertando a consciência ecológica nas gerações futuras.
A educação ambiental é uma das áreas mais ricas em abordagens, filosofias e olhares que buscam melhorar a relação do ser humano com a natureza. Apesar de sua inegável importância frente à crise ambiental que vivemos, a educação ambiental tem demonstrado sua eficiência e impacto no tocante à construção de novos valores, mudanças de atitudes e comportamentos. Em parte, isso se deve aos projetos de educação ambiental nas escolas, grupos ecológicos e fóruns onde busca-se discutir formas de diminuição da poluição, caminhos que a população deve seguir para reverter a situação.
Secretaria
Segundo o secretário do Meio Ambiente de Passo Fundo Glauco Polita, existem aspectos inerentes à proteção do meio ambiente e cuidado com a destinação adequada dos resíduos domésticos, sendo uma questão de cidadania. Ele afirma que hoje a sociedade atual não tolera e nem permite o descaso com o ambiente seja na vida urbana ou rural. “Muitas vezes não nos damos conta dos impactos ambientais que causamos ao ambiente em que vivemos, percebemos somente quando estes impactos interferem diretamente em nossas vidas. A sociedade como um todo já desperta para o olhar coletivo e começa a compreender e se empenhar em traçar ações que oportunizem o benefício comum. Cuidados com o consumo consciente e o desperdício são umas das preocupações atuais”, disse.
Recentemente o Brasil aprovou a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos Urbanos, onde traça diretrizes e responsabilidades para os geradores de resíduos, do doméstico ao industrial. “Todos temos obrigações e deveres a cumprir. Porém necessitamos reconhecer que não precisamos de lei que nos obrigue a fazer o que é correto e sim a sensibilidade e compreensão do que é certo, ético e responsável”, comenta Glauco.
Reciclagem
Junto ao aumento da população mundial e o crescimento da indústria, a quantia de resíduos orgânicos e inorgânicos também cresce. Devido a essa grande quantidade de lixo, reciclar se torna uma atitude cada vez mais fundamental para a manutenção da saúde do planeta e das pessoas.
O processo de reciclarem gera riquezas, já que algumas empresas usam o procedimento como uma forma de reduzir os custos e contribuir para a preservação ambiental.
Os materiais mais reciclados são: papel, plástico, vidro e alumínio. A coleta seletiva do lixo e a reciclagem são cada vez mais conhecidas em todo o mundo, uma vez que auxiliam na redução da poluição do solo, ar e água. O reaproveitamento do lixo acaba sendo oportunidade de negócio e geração de renda para inúmeras pessoas.
Veja alguns produtos que você pode reciclar:
Papel: jornais, folhetos, caixas de papelão, revistas e demais embalagens feitas de papel;
Vidro: garrafas, frascos de medicamentos e algumas embalagens de alimentos;
Plástico: garrafas PET, sacos plásticos, embalagens e sacolas dos supermercados;
Metal: latas de alumínio, de aço, tampas, cobre, alumínio, pregos, etc.
Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas
O Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas existe de 1983 em Passo Fundo. São 29 anos de trabalho e luta para construção de uma cultura ambiental. Segundo a vice-presidente do grupo ecológico Flávia Biondo, o GESP procura trabalhar de uma forma diferenciada, conscientizando e fiscalizando as ações ambientais. “Um sistema que pressiona a produzir lixo, a descartar incorretamente, a invadir áreas de preservação permanente, a não preservar espaços importantes de preservação da flora e consequentemente da fauna, por isso o grupo vem trabalhando desde o principio para construção de uma cultura diferenciada, conscientizando e fiscalizando. Por isso conquistamos o respeito da comunidade”, afirma Flávia.
Segundo ela, a educação ambiental vem sendo regulamentada desde o nível federal e chega este ano inclusive dentro das universidades, sendo uma exigência para que todos os cursos tenham educação ambiental. Não sendo trabalhado como disciplina, mas se pensando em ações de cada um como profissional. “Porque a gente cobra das pessoas, cobra do poder público, mas o profissional dentro dos cursos superiores também deve ser cobrado, hoje o MEC vem exigir dentro do sistema de avaliação, que os profissionais que vão para o mercado de trabalho, tenham uma consciência ecológica e trabalhem de forma sustentável”, afirma Biondo.
O grupo ecológico tem um papel fundamental para construção dessa consciência, ações individuais, pequenas amostras, são iniciativas que dentro de um contexto se tornam importantes para estruturação da educação ambiental.
“Hoje o meio ambiente é essência, está sendo discutido por todos, isso é resultado que a comunidade está exigindo mais, afirma a vice-presidente do GESP.
Políticas Públicas
A Prefeitura Municipal de Passo Fundo, através de suas Secretarias Municipais tem buscado desenvolver diversas ações que possam auxiliar a minimizar os problemas e conflitos entre desenvolvimento e meio ambiente, onde primeiramente embasado no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado – PDDI, que é o planejador do uso e ocupação do solo do território municipal, já previamente regra e tenta traçar as diretrizes que possam evitar possíveis danos ambientais e conflitos sociais.
Segundo o secretário do Meio Ambiente, Glauco Polita, tramita na Câmara Municipal de Vereadores o projeto de lei que cria a Política Municipal de Resíduos Sólidos Urbanos que buscará dar um “norte” e embasar o planejamento do gerenciamento dos RSU no município para os próximos 30 anos, com revisões a cada 2 anos. “Baseada nesta lei e com o Plano de Coleta Seletiva que está com o edital elaborado e aguardando a concordância do Ministério do Meio Ambiente, contrataremos consultoria para diagnosticar todo o universo dos resíduos em nossa cidade e buscar estabelecer metas futuras para o tema”, afirma o secretário.
Existe um projeto de expansão das cooperativas de recicladores, com o objetivo de oportunizar uma nova perspectiva de trabalho e geração de renda. Em outubro a prefeitura deve entregar dois novos pavilhões no bairro Donária e Bom Jesus equipados e prontos para a operação.
Educação nas Escolas
O Colégio Marista Conceição busca realizar aços na escola de educação ambiental, como palestras sobre a temática do “Lixo, um problema seu”, que aborda assuntos como poluição, consumo desnecessário e descarte consciente de lixo foram debatidos.
O Comitê da Cidadania contra a fome e a miséria juntamente com a Equipe 8 da Gincana do Colégio Marista Conceição está realizando uma campanha de arrecadação de lixo eletrônico em Passo Fundo. O material como fios, cabos, aparelhos eletrônicos em geral, unidades de CDs e DVDs, estabilizadores, monitores, telefones, celulares, CPUs e afins, se faz presente na casa de muitas pessoas, que não sabem como descartá-las e que agora terão uma oportunidade.
O material que for recolhido será revertido em benefícios à entidade e por isso, a equipe da escola está realizando a coleta até o dia 22 de setembro no Colégio Marista Conceição, quando será entregue ao Comitê de Cidadania. Informações podem ser adquiridas pelos telefones 81202714 com Ana Paula Nazzari, 99249592 com Vitória ou com Andressa 99264501.
Cuidado com a Vida do Planeta nas escolas Notre Dame
A Rede de Educação Notre Dame tem a preocupação com o meio ambiente, sua preservação e revitalização, como um dos projetos estratégicos institucional. Com o nome de “Cuidado com a Vida do Planeta”, diferentes atividades ao longo do ano letivo efetivam o projeto.
Especificamente em Passo Fundo, o Colégio Notre Dame e a Escola Notre Dame Menino Jesus trabalham diretamente em ações com resultados palpáveis. A Cantata Natalina, promovida pelas entidades educacionais está cada ano voltando-se ainda mais para a questão da preservação ambiental. Este ano, todo o material impresso de divulgação e de promoção do evento, será em papel reciclado. Parte dos ornamentos natalinos da praça e dos adereços que as crianças apresentam nas janelas já é em material reciclado e sucata. O lixo que é recolhido da praça após as apresentações também é encaminhado para a reciclagem.
No Colégio Notre Dame acontece há cinco anos, a coleta de óleo de cozinha já utilizado. Neste período, calcula-se que pelo menos 10 mil litros de óleo de cozinha deixaram de ir para a natureza e foi reutilizado. Em um projeto que iniciou com a Bunge, a coleta deste material é permanente e hoje é destinada ao Projeto Transformação que reúne cooperativas de recicladores. Também a cantina da escola destina todo o óleo já utilizado para esta coleta.
As garrafas de refrigerantes (pet e alumínio) também são destinadas para a reciclagem, bem como todos os restos de papéis e rascunhos que são colocados nas lixeiras nas salas de aula.
Na Escola Menino Jesus, do aluno à direção, existe uma campanha de coleta e destino do lixo seco, em específico do papel. Uma vez coletado também é destinado ao Projeto Transformação que tem o apoio da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora.
Em ambas as escolas existe um trabalho contínuo em sala de aula. Os professores utilizam, em todos os níveis de ensino, sucatas e material reciclado para o desenvolvimento de trabalhos nas diferentes áreas de conhecimento: produção de maquetes, trabalhos artísticos, quadros e outras apresentações são produzidas com material reutilizado. A Rede de Educação acredita que para cuidar da natureza é preciso educar-se para cuidar de si e do seu corpo em primeiro lugar. A natureza enquanto extensão do próprio corpo também será cuidada por consequência.
Dia Mundial da árvore
No Brasil, há mais de 30 anos, comemora-se no dia 21 de Setembro o Dia da Árvore. Ele marca um novo ciclo para o meio ambiente e o tempo para se reforçar os apelos para a conscientização de todos em favor das questões ambientais.
A educação ambiental deve ser transformadora, ela deve trabalhar diretamente com a mudança comportamental. Quando falamos em mudança comportamental de uma sociedade, não devemos ser imediatistas, mas sim reconhecer que esta construção que deve ser coletiva, não acontece da noite para o dia, às vezes levam- se gerações, mas é extremamente importante para o futuro da humanidade e para a conservação das florestas, rios e mares.
Fonte: Diário da Manhã.
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