A Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) emitiu hoje (29 de maio), o primeiro Certificado de Autorização de Voo
Experimental (CAVE) para um Veículo Aéreo não Tripulado (VANT) para empresa
privada no Brasil. Com isso, a XMobots, responsável pelo desenvolvimento do
VANT Nauru 500, passa a ser a única empresa do país autorizada pela ANAC a
fazer voos experimentais voltados à pesquisa e desenvolvimento do avião-robô.
Até então, apenas a Polícia Federal possuía aeronaves não tripuladas para uso
civil aptas a voar em território nacional.
Sediada no polo tecnológico de São
Carlos (230 Km de São Paulo), a XMobots iniciou junto à ANAC o processo de
obtenção do CAVE em novembro de 2012, trabalho que também envolveu a Agência
Nacional de Telecomunicações (ANATEL).
Com a emissão do CAVE, a empresa
demonstrou que sua aeronave atende aos rigorosos requisitos determinados pela
ANAC, atestando sua capacidade técnica e também seu interesse no atendimento
das solicitações relacionadas à segurança e à documentação operacional do
projeto.
“Esse é o primeiro passo que uma empresa
fabricante de VANTs precisa dar para atingir o objetivo de operar
comercialmente os aviões. Com esse CAVE de Pesquisa e Desenvolvimento, nosso
objetivo é continuar aprimorando o equipamento e, ao mesmo tempo, demonstrar
para a ANAC o seu nível de confiabilidade”, explica o diretor da empresa, o
engenheiro Fábio Henrique de Assis.
Nauru 500 é o primeiro VANT privado a
receber o certificado pela Anac no Brasil
Após a concretização de um passo
importante no histórico das operações com VANTs no Brasil, o empresário revela
que a XMobots já deu início às atividades internas da empresa – relacionadas
com engenharia e ensaios em voo – que serão apresentadas à ANAC como resultado
final do CAVE, as quais culminarão com a solicitação de autorização de uso
comercial. “Nossa expectativa é que essas etapas ocorram em um curto período de
tempo. Como se trata de um setor relativamente novo no país, essa
regulamentação precisa avançar para garantir a máxima segurança nas operações
que envolvem a utilização de VANTs”, analisa o diretor da XMobots.
Para o gerente-geral de Certificação de
Produto Aeronáutico da ANAC, Hélio Tarquinio, a emissão do CAVE mostra a
“maturidade” da indústria brasileira de VANTs e que a ANAC “considera o tema
relevante e trabalha de forma a viabilizar as operações”, divulgou a agência.
NAURU 500
O primeiro VANT civil de uma empresa
brasileira apto a voar no país começou a ser desenvolvido pela XMobots no
início de 2012. Para conseguir a certificação, a empresa desenvolveu para o Nauru
um sistema que, caso o avião perca a conexão com o piloto em terra, a aeronave
retorna e pousa sozinha em um ponto previamente determinado. Além disso, o VANT
possui um paraquedas acoplado.
“Estamos trabalhando em conjunto com a
ANAC desde 2010 em busca da obtenção do certificado para outro modelo, o
Apoena, que colocamos em stand by. Mas este trabalho serviu para sabermos o que
era necessário aprimorar e fazer adaptações ao projeto. Quando entramos com o
pedido junto à ANAC para a autorização do Nauru, já estávamos familiarizados
com os procedimentos”, destaca Assis.
Com cinco horas e meia de autonomia de
voo (veja infográfico), 15 quilos, altitude máxima de 3 mil metros e alcance
máximo de comunicação de 30 quilômetros, o Nauru 500 pode fazer aerolevantamentos
com uma precisão de até 18 centímetros por pixel.
Suas aplicações englobam fiscalização
ambiental (para monitoramento de desmatamento, garimpo ilegal, extração
irregular de madeira, invasão de áreas ambientais protegidas, entre outros),
agricultura de precisão (detecção de falhas e pragas em lavouras, exposição de
solo, previsão de produção agrícola), além de levantamento topográfico e
atividades similares.
Fonte: MundoGeo
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