Despesa pode ser 18 vezes menor.
RAFAEL TOMAZ.
O custo do transporte de minério de ferro extraído no projeto Vale do Rio Pardo, da Sul Americana de Metais S/A (SAM), pelo mineroduto será 18 vezes menor do que o escoamento por ferrovia. As obras do complexo minerário, que compreende o duto, abertura de mina e uma usina de concentração, no Norte de Minas, deverão ser iniciadas em 2014.
O diretor de Relações Institucionais da SAM, Geraldo Magela Gomes, informou ontem, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que o transporte do minério entre a mina, localizada nos municípios de Grão Mogol e Padre Carvalho, e o Porto Sul, em Ilhéus (BA), custaria cerca de US$ 18,00 a tonelada, se fosse realizado por estrada de ferro. Enquanto que pelo duto custo para escoar o mesmo volume ficará entre US$ 0,90 e US$ 1,00.
Dessa forma, somente com o duto, a implantação do projeto será viável. Ele explicou que o custo para produzir o minério na região será elevado, pois o teor de ferro é de 20% e a mineradora terá que beneficiar o mineral para alcançar um teor próximo de 65%.
O empreendimento está em fase de licenciamento ambiental e estudos. A empresa já requereu junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis a licença prévia (LP) e já apresentou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima). As audiências públicas serão realizadas em janeiro.
Gomes estimou que o licenciamento deverá ser concedido em meados de 2013. O próximo passo será a obtenção da licença de instalação (LI), que deverá ser concedida no segundo semestre de 2013. "Pretendemos iniciar a implantação em 2014", disse.
Em 2015 - O start do projeto está previsto para o segundo semestre de 2015. Mas o início das operações no complexo, que terá capacidade de 25 milhões de toneladas de minério de ferro anuais, dependerá do licenciamento.
De acordo com o diretor da SAM, no próximo ano, a companhia pretende iniciar os pedidos de equipamentos e materiais que serão utilizados no complexo. Durante as obras serão gerados aproximadamente 9 mil empregos na região. Já na fase operacional serão 2 mil vagas.
O projeto compreende a mina e uma usina de concentração no Norte de Minas, além de um mineroduto de 482 quilômetros entre Grão Mogol e Ilhéus. O duto irá atravessar 21 municípios em Minas Gerais e na Bahia e consumirá aportes de R$ 810 milhões.
A implantação do duto chamou a atenção dos deputados estaduais, uma vez que o equipamento necessitará de água em sua operação e o Norte de Minas sofre com a falta deste recurso. A audiência pública foi requerida pelo deputado Carlos Pimenta (PDT).
Barragens - O secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan), Gil Pereira, explicou que, como contrapartida pelo uso da água, a mineradora irá construir duas barragens (córrego do Vale e barragem do rio Vacaria), que serão usadas para criar um sistema de irrigação na região. Os investimentos serão de R$ 60 milhões.
Já a água que será utilizada pela companhia será proveniente da barragem de Irapé, em Grão Mogol. O projeto irá consumir 50 milhões de metros cúbicos/ano. A maior parte do recurso ou seja 76% será utilizada pela usina de concentração e o restante pelo mineroduto.
Apesar de o mineroduto ser a única opção viável para a SAM, a instalação de uma ferrovia no Norte de Minas continua entre os objetivos do governo estadual, conforme o superintendente de Mineração e Metalurgia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Sérgio Rezende. Ele explicou que foi contratado um consórcio internacional para realizar um estudo de viabilidade para o modal de transportes. O levantamento será feito nas regiões Noroeste e Norte e os vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce.
Fonte: Diário do Comércio
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