A produção no Estado, no próximo exercício, segundo estimativas da Fiemg, deve ter crescimento de 4%.
O setor de construção civil continua sendo um dos pilares da indústria
Após um ano difícil, com resultados pífios sendo observados mês a mês, a indústria mineira já renova suas expectativas para 2013.
Conforme divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a produção no Estado, no próximo exercício, deve expandir 4%, enquanto o incremento do faturamento pode ser ainda maior, atingindo os 4,7%. Neste ano, os avanços na produção e faturamento vão ser bem mais modestos, ficando em 1,2% e 1,5%, respectivamente.
O presidente da entidade, Olavo Machado Júnior, atribui as perspectivas mais otimistas às medidas anunciadas nos últimos meses pelo governo federal, mas que começam a vigorar somente a partir do ano que vem. Entre elas, ele ressalta a desoneração da folha de pagamento, assim como o desconto de até 28% na tarifa de energia elétrica para consumidores industriais e o fim da chamada "guerra dos portos".
O presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg, Lincoln Gonçalves Fernandes, também demonstra confiança, quando o assunto é a chegada de dias melhores. Ele menciona, ainda, outros fatores responsáveis por dar um novo fôlego à atividade em 2013. Vale destacar a manutenção dos juros em baixos patamares e o aumento do ritmo das obras que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Além disso, iniciamos o ano com uma base fraca de comparação, em decorrência dos fracos resultados de 2012", frisa.
Ao contrário do acontecido em Minas Gerais, onde a produção industrial no segundo semestre conseguiu inverter os resultados negativos acumulados na primeira metade do ano, o mesmo não foi observado no restante do país. Com isso, a produção nacional deve concluir 2012 com queda de 2,3%, na comparação com 2011. Os dados mais favoráveis ao Estado, segundo Fernandes, foram impulsionados pela construção civil. "Foi o que nos destacou frente à média brasileira", salienta. A taxa de crescimento do Valor Adicionado (VA) do segmento em Minas foi de 4,6% até o fim do terceiro trimestre, contra alta de 2% do país.
Machado Júnior comemora desoneração da folha, redução na tarifa de energia e o fim da "guerra dos portos"
Estatais - Ele salienta, ainda, o desempenho dos Serviços Industriais de Utilidade Pública (Siup), grupo que inclui as estatais responsáveis pela distribuição de serviços essenciais, como água e energia elétrica. O crescimento de 3,2% do VA acumulado até o fim do terceiro trimestre é praticamente semelhante aos 3,4% da média brasileira.
Porém, vale ressaltar a perda de dinamismo em alguns setores de grande peso para a economia do Estado. Esse é o caso da indústria extrativa mineral, com recuo de 1,7% do VA até o fim do terceiro trimestre e da indústria de transformação, queda de 1,1%, em idêntica base comparativa. Os dados são ainda mais desanimadores no restante do país, onde o tropeço da indústria de transformação ficou em 3,2%.
Embora a produção mineira, até outubro, esteja positiva em 1%, o reflexo ainda não aparece no faturamento. Nos primeiros dez meses do ano, o índice segue em queda de 0,7%, ante idêntico intervalo de 2011. As principais contribuições negativas vieram do setor de produtos de metal (22,9%), extrativo mineral (12,7%) e coque, refino de petróleo e álcool (11,4%). Na outra ponta, os principais destaques positivos ficaram com as máquinas e equipamentos, expansão de 31,3%, e com os veículos automotores, 3,1%, o que indica que os incentivos governamentais surtiram efeito no Estado.
Fonte: DIÁRIO DO COMÉRCIO
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