O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira a edição 2012 de sua “Síntese de Indicadores Sociais”, que traça um retrato das condições de vida da população brasileira. Baseado nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011 e também em índices de outros levantamentos, o estudo abrange diversos aspectos socioeconômicos, como demografia, educação, mercado de trabalho, renda, etc. Um dos destaques do novo levantamento é a queda na proporção de jovens e idosos em relação ao total de indivíduos em idade ativa (veja quadro). Há hoje proporcionalmente mais gente na faixa etária em que existe maior probabilidade de exercer atividade econômica do que aqueles potencialmente dependentes deste mesmo grupo. Em resumo, o período é favorável a uma reforma da estrutura do estado – sobretudo da deficitária Previdência – graças ao apoio de toda uma geração de contribuintes.
A chamada ‘taxa de dependência total’ dá-se pela divisão do total de jovens (menores de 15 anos) e idosos (com 60 anos ao mais) pela quantidade de pessoas entre 15 e 59 anos. A ideia é dar uma dimensão da proporção entre pessoas economicamente dependentes e aquelas em idade de provê-las. Obviamente, muitos homens e mulheres com mais de 60 anos podem estar no auge de sua produtiva, assim como ainda existem casos de crianças e adolescentes que trabalham. Da mesma forma, um jovem adulto na casa dos 30 e poucos anos pode, muito bem, ser sustentado pelos pais. Enfim, existem inúmeras exceções. O objetivo do dado, no entanto, é oferecer uma base estatística para comparação desse referencial ao longo do tempo e com outros países.
O que se verificou no Brasil foi uma redução da taxa de dependência de 60,3% para 54,6% entre 2001 e 2011. O porcentual foi puxado pela significativa diminuição no número de jovens enquanto proporção dessa faixa etária potencialmente ativa, de 45,8% para 36%. A fatia de idosos, por sua vez, subiu de 14,5% para 18,6% – uma decorrência do envelhecimento populacional.
Bônus – A taxa de dependência, caso continue a cair ou se estabilize, representa uma boa notícia para o Brasil. Este é um fenômeno que os especialistas chamam de “bônus demográfico”, isto é, o período em que a população ativa é mais numerosa, o que configura um facilitador para a realização de reformas do estado, inclusive da Previdência.
Segundo especialistas, esse dado comprova que ficou para trás momentos de elevada taxa de dependência do país. Na pirâmide etária das décadas de 1970 e 1980, por exemplo, os números eram expressivos porque a maior parcela da população tinha entre zero e 20 anos.
Por outro lado, uma comparação com dados de outras grandes economias do planeta (veja quadro) deve servir de alerta. Japão, Alemanha e França têm suas “taxas de dependência” majoradas pela expressividade não do número de jovens, mas sim de idosos – proporção de, respectivamente, 67,8%, 52,3% e 49,5%. Como a própria Síntese de 2012 aponta, o país caminha nesta mesma direção. Por mais que existam 30 a 40 anos deste “bônus” para o Brasil, há muito que fazer para garantir crescimento econômico que absorva essa mão de obra abundante e para sanar o rombo da Previdência, que deve encerrar o ano na casa dos 6,6 bilhões de reais.
Outros indicadores – A mais nova Síntese de Indicadores Sociais do IBGE traz também outras boas notícias, como o avanço do emprego e da renda; da formalização do mercado de trabalho em todas as regiões do país; o aumento do número de estudantes; os avanços em relação à defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens; etc.
Por outro lado, o estudo retrata também problemas crônicos do país, ainda sem uma solução aparente, como, por exemplo, a elevada evasão escolar no ensino médio; o expressivo número de mortes relacionadas a acidentes e criminalidade urbana; a violência contra a mulher, etc.
Fonte: Revista Veja
A chamada ‘taxa de dependência total’ dá-se pela divisão do total de jovens (menores de 15 anos) e idosos (com 60 anos ao mais) pela quantidade de pessoas entre 15 e 59 anos. A ideia é dar uma dimensão da proporção entre pessoas economicamente dependentes e aquelas em idade de provê-las. Obviamente, muitos homens e mulheres com mais de 60 anos podem estar no auge de sua produtiva, assim como ainda existem casos de crianças e adolescentes que trabalham. Da mesma forma, um jovem adulto na casa dos 30 e poucos anos pode, muito bem, ser sustentado pelos pais. Enfim, existem inúmeras exceções. O objetivo do dado, no entanto, é oferecer uma base estatística para comparação desse referencial ao longo do tempo e com outros países.
O que se verificou no Brasil foi uma redução da taxa de dependência de 60,3% para 54,6% entre 2001 e 2011. O porcentual foi puxado pela significativa diminuição no número de jovens enquanto proporção dessa faixa etária potencialmente ativa, de 45,8% para 36%. A fatia de idosos, por sua vez, subiu de 14,5% para 18,6% – uma decorrência do envelhecimento populacional.
Bônus – A taxa de dependência, caso continue a cair ou se estabilize, representa uma boa notícia para o Brasil. Este é um fenômeno que os especialistas chamam de “bônus demográfico”, isto é, o período em que a população ativa é mais numerosa, o que configura um facilitador para a realização de reformas do estado, inclusive da Previdência.
Segundo especialistas, esse dado comprova que ficou para trás momentos de elevada taxa de dependência do país. Na pirâmide etária das décadas de 1970 e 1980, por exemplo, os números eram expressivos porque a maior parcela da população tinha entre zero e 20 anos.
Por outro lado, uma comparação com dados de outras grandes economias do planeta (veja quadro) deve servir de alerta. Japão, Alemanha e França têm suas “taxas de dependência” majoradas pela expressividade não do número de jovens, mas sim de idosos – proporção de, respectivamente, 67,8%, 52,3% e 49,5%. Como a própria Síntese de 2012 aponta, o país caminha nesta mesma direção. Por mais que existam 30 a 40 anos deste “bônus” para o Brasil, há muito que fazer para garantir crescimento econômico que absorva essa mão de obra abundante e para sanar o rombo da Previdência, que deve encerrar o ano na casa dos 6,6 bilhões de reais.
Outros indicadores – A mais nova Síntese de Indicadores Sociais do IBGE traz também outras boas notícias, como o avanço do emprego e da renda; da formalização do mercado de trabalho em todas as regiões do país; o aumento do número de estudantes; os avanços em relação à defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens; etc.
Por outro lado, o estudo retrata também problemas crônicos do país, ainda sem uma solução aparente, como, por exemplo, a elevada evasão escolar no ensino médio; o expressivo número de mortes relacionadas a acidentes e criminalidade urbana; a violência contra a mulher, etc.
Fonte: Revista Veja
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