segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PA: Pesquisadores e movimentos sociais produzem cartografia social da região

Com a idéia de que a diversidade dos saberes tradicionais favorece a preservação da biodiversidade da floresta, pesquisadores e diversos grupos participantes de movimentos sociais estão produzindo a cartografia social da região, por meio do projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, coordenado por Alfredo Wagner Berno de Almeida, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). E com este intuito, de 12 a 14 de novembro, indígenas, quilombolas, artesãs, pescadores artesanais, juntamente com os pesquisadores do projeto, desenvolveram ações para o mapeamento social dos povos e comunidades tradicionais da região.

Como parte deste encontro, a organização do projeto promoveu a mesa-redonda “Identidades coletivas e territórios tradicionais no Oeste do Pará”. O evento, aberto ao público, ocorreu no Auditório Maestro Wilson Fonseca, no Campus Rondon, e contou com a presença de lideranças de movimentos sociais e professores da UFOPA, além dos pesquisadores Rosa Elizabeth Acevedo Marin, da Universidade Federal do Pará (UFPA), Florêncio de Almeida Vaz e Judith Vieira, ambos da UFOPA.

De acordo com Alfredo Wagner, o debate teve como objetivo aprofundar a polêmica sobre o desmatamento e devastação na Amazônia. “Parece que são temas antigos, mas são temas recorrentes, e nós estamos querendo chamar a atenção para a sociodiversidade, para a emergência de novas identidades coletivas, de novas unidades sociais que estão empenhadas em lutar pela preservação da floresta, porque são elas que mantiveram a floresta em pé até agora, contra os agronegócios, contra a destruição dos madeireiros, contra a expansão desordenada da soja, do dendê e de outras espécies. Então, para nós do projeto, o encontro é uma oportunidade de discussão, de trazer este debate para dentro da universidade”, defende.

Para João Tapajós, vice-presidente do Conselho Indígena do Tapajós e Arapiuns (CITA), uma das lideranças que participaram do debate, o direito à terra demarcada, o direito à educação e à saúde são algumas das problemáticas enfrentadas por estes povos tradicionais na região. “Uma vez o território demarcado, em consequência queremos saúde e educação, porque atualmente, em muitas aldeias não se tem acesso à saúde e educação”, argumenta.

Exposição: A exposição “Amazônia – Povos e Comunidades Tradicionais”, que exibe os registros das representações sociais das comunidades tradicionais participantes do projeto, ocorre no Campus Rondon da UFOPA durante a realização do encontro.

Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/UFOPA

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