sexta-feira, 23 de agosto de 2013

BNDES investe mais R$ 82 mi na MPX

A partir de uma avaliação de “grande potencial” de crescimento e valorização da MPX, o banco confirmou um aporte de R$ 82 milhões

MPX e a termelétrica de Parnaíba: após ter o controle vendido para a E.ON, fontes da MPX indicam que a companhia “tem bastante futuro” e “vale mais do que o investimento feito”

Rio de Janeiro - A partir de uma avaliação de “grande potencial” de crescimento e valorização da MPX - empresa de energia do Grupo EBX, de Eike Batista, que teve o controle vendido para a E.ON -, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou, na quinta-feira, 22, o aporte de R$ 82 milhões na operação de aumento de capital da empresa.

A alemã E.ON, que detém 36,5% das ações da companhia, já investiu R$ 289 milhões e deve elevar sua participação após o término da capitalização, marcado para a próxima terça-feira, 26. O aumento de capital previsto é de R$ 800 milhões.

A operação do banco foi realizada por sua empresa de participações, a BNDESPar, que detém 10,3% das ações. O objetivo era manter a participação, temendo uma diluição das ações com o aumento de capital. Na avaliação do banco, a empresa possui bons ativos, que podem se valorizar nos próximos anos com a execução do plano de investimentos.

Fontes da instituição indicam que a companhia “tem bastante futuro” e “vale mais do que o investimento feito”. Em nota, o BNDES afirmou que o aporte buscou “preservar o interesse econômico” do banco. Os recursos investidos serão destinados ao caixa da companhia para a manutenção do plano de investimentos.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, reforçou os “bons fundamentos” da empresa. “A análise fundamental do banco mostra um grande potencial. É uma empresa que tem um portfólio de projetos muito interessante”, disse Coutinho, após participar de um evento de comércio exterior no Rio.

O braço de participações do BNDES também possui ações nas empresas MMX, de mineração, e OGX, de petróleo. Questionado se a análise vale para outras empresas do Grupo EBX, Coutinho respondeu: “Lembre-se que a MPX hoje é uma empresa da E.ON”.

A ênfase no novo controle da empresa reforça a estratégia da MPX de se desvincular do empresário Eike Batista para evitar a contaminação com a crise financeira e de credibilidade que atinge seus negócios. Em julho, o empresário comunicou a saída do conselho de administração e o “controle compartilhado” com a E.ON.

Executivos da empresa alemã já atuam na diretoria da MPX, que vai mudar de nome para se dissociar completamente do grupo EBX. Eike deve ter sua participação limitada a 15%, mas ainda pode ajudar a administração. “Eike está muito desgastado. A saída tira a companhia dos holofotes de notícias negativas e dá mais tranquilidade para os trabalhos”, afirmou a fonte do BNDES.

Para a fonte, a empresa alemã ainda tem “apetite para aumentar sua exposição”. Em comunicado divulgado na quarta-feira, a E.ON informou que subscreveu R$ 289 milhões em ações. A estimativa, em julho, era de que a empresa chegasse a investir até R$ 366 milhões. Uma nova rodada para aquisição de ações foi iniciada na quinta-feira, 22.

Até agora, cerca de 80% dos acionistas minoritários participaram da capitalização. Segundo a MPX, ainda há quase 35 milhões de ações ordinárias disponíveis, que poderão ser negociadas a R$ 6,45 cada. Caso as aquisições não alcancem o valor de R$ 800 milhões, previsto para a realização do plano de investimentos, o banco BTG garantirá o aporte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fonte: Exame

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