quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ArcelorMittal busca expansão


Capacidade em João Monlevade pode ser ampliada sem duplicação da unidade.




Empresa já paralisou obras de duplicação da planta duas vezes e não confirma aumento da produção
A ArcelorMittal Brasil S/A, controlada pelo grupo ArcelorMittal, poderá aumentar a capacidade da sua usina de João Monlevade (região Central) sem levar adiante o projeto de duplicação da unidade, segundo informou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade, Luiz Carlos da Silva. O empreendimento tem investimento estimado em US$ 1,5 bilhão.

Conforme Silva, a entidade teve acesso a um plano estratégico da companhia que aponta como alternativa ao projeto de duplicação a ampliação de um dos laminadores na usina siderúrgica. "Isso é um estudo que eles fizeram, mas não há nenhuma definição oficial", diz.

Com a ampliação apenas da laminação, a siderúrgica utilizaria os tarugos produzidos na usina de Tubarão (ES) para produzir o fio-máquina. O investimento viabilizaria o aumento da produção em 1,15 milhão de toneladas/ano.

Ainda de acordo com o presidente da entidade, a empresa poderá adquirir o material até mesmo de terceiros, como o material produzido pela Açominas, controlada pelo grupo Gerdau, instalada em Ouro Branco (Campo das Vertentes).

Em nota, a ArcelorMittal informa que não existe qualquer definição sobre os investimentos em João Monlevade. "A decisão será reavaliada oportunamente a partir da evolução do mercado", conclui.

A duplicação da planta está paralisada desde novembro de 2011. Entre os fatores que levaram a Arcelor a postergar os investimentos estão o cenário ruim do mercado siderúrgico e a crise europeia. Esta é a segunda vez que o grupo paralisa os aportes. A expansão da unidade foi interrompida pela primeira vez em 2008 em função da crise econômica internacional e foi retomada em 2010.

Em meados do ano passado, durante um evento do setor siderúrgico realizado em São Paulo, o CEO da ArcelorMittal Aços Longos nas Américas, Jefferson de Paula, demonstrou otimismo quanto à retomada da duplicação da siderúrgica em função das perspectivas positivas em relação ao consumo de aços longos no Brasil. Na ocasião, ele estimou que o projeto seria reavaliado ainda em 2012 pelo Conselho de Administração da ArcelorMittal, o que acabou não acontecendo.

Ele explicou que a empresa já havia adquirido cerca de 90% dos equipamentos necessários para a ampliação, que estão estocados nas unidades de João Monlevade e Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Além disso, boa parte dos recursos já foi aplicada. Até a suspensão do projeto, a Arcelor já havia investido US$ 700 milhões, restando US$ 800 milhões para concluir a ampliação da usina no Estado.





Capacidade - O plano inicial é dobrar a capacidade instalada da unidade dos atuais 1,2 milhão de toneladas de aço bruto/ano para 2,4 milhões de toneladas anuais. Para tal finalidade, será necessária a construção de uma nova sinterização, com capacidade de 2,3 milhões de toneladas anuais, um novo alto-forno em condições de produzir 1,12 milhão de toneladas, que duplicará a produção de ferro-gusa, e ainda uma terceira linha de laminação (1,15 milhão de toneladas/ano).

O plano de investimentos na usina de Monlevade também compreende dobrar a produção da aciaria, que atingirá 2,4 milhões de toneladas de tarugos por ano. Quando o projeto foi iniciado, a empresa informou que no pico dos trabalhos as obras exigiriam a contratação de 6 mil trabalhadores.

A produção em João Monlevade é concentrada em fio-máquina destinado à trefilação de arames para diversos setores industriais, com ênfase para a automotiva e construção civil.

FONTE: DIÁRIO DO COMÉRCIO

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