O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, assinou nesta quarta-feira (22) um memorando de entendimento (MOU) com o Instituto de Avaliação de Tecnologia Industrial da Coreia do Sul - Korea Evaluation Institute of Industrial Technology (KEIT). Para o secretário Altamir Rôso, a parceria é importante, uma vez que, Minas Gerais tem muito que aprender com o país. “A Coreia do Sul é referência em tecnologia e desenvolvimento para o mundo todo. O acordo criará mais oportunidades de crescimento para o Estado”, destacou. A solenidade foi realizada na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), que apoia a iniciativa.
O Memorando tem como foco principal o intercâmbio de conhecimento, com ênfase em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), entre as indústrias de Minas Gerais e da Coreia do Sul. Os setores de aviação e aeroespacial são o foco principal do documento. Para Ki-Sub Lee, presidente do KEIT, a parceria só tem a contribuir para a expansão da indústria dos dois países. “Através do memorando assinado hoje, seremos capazes de juntar os pontos fortes de Minas Gerais e da Coreia do Sul, trocando experiências e exemplos de sucesso”, reforçou Lee.
Após a assinatura do documento, será formada uma agenda de trabalho entre todos os envolvidos. Estão sendo estudados projetos para o desenvolvimento de um drone de combate a incêndio e de um robô para atuar na cafeicultura de montanha, segundo KEIT, o governo coreano pode ser responsável por aportes nesses projetos.
O documento tem duração de três anos e visa atividades de cooperação como o intercâmbio de informações e tecnologia, política e programas; desempenho em projetos de pesquisa e desenvolvimento em conjunto; e intercâmbio de mão de obra para P&D. A assinatura foi intermediada pelo Instituto Mineiro de Tecnologia da Informação (IMTI), empresa do ramo de TI aplicada.
O que hoje é considerado uma utopia por muitos cafeicultores pode se transformar em realidade daqui a dois anos: a colheita mecânica nas lavouras de café, responsáveis por mais da metade da principal commodity da produção mineira. O equipamento, uma vez confirmada a iniciativa, deverá ser projetado ao custo de US$ 200 mil e pode ser financiado por alguma instituição de fomento, a exemplo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O desenvolvimento do robô para colher café em áreas de montanha é uma das propostas do memorando assinado ontem entre os governos do estado e da Coreia do Sul para o intercâmbio de conhecimento entre empresas mineiras e do país asiático ao longo dos próximos três anos. “A Coreia já tem garantidos US$ 2 milhões (para o projeto) e estamos procurando, agora, um parceiro para investir US$ 1 milhão”, disse Mauro Lambert Ribeiro do Valle, diretor técnico científico do Instituto Mineiro de Tecnologia da Informação (Imti), entidade que intermediou o acordo.
A ausência da mecanização nos cafés de montanha é um dos principais entraves ao barateamento do custo da produção para os fazendeiros de encostas, pois a colheita torna-se mais cara com o uso de uma já escassa mão de obra especializada. O memorando entre o governo mineiro e o coreano prevê outros projetos audaciosos, a maioria voltada para o desenvolvimento da indústria aeroespacial. O objetivo é consolidar o projeto da Aerotrópole de Belo Horizonte – desenvolvimento de uma área industrial no entorno do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins.
Uma das apostas dos dois governos é a o desenvolvimento de tecnologia para a produção de um drone multiuso, que pode ser destinado tanto no combate a incêndio quanto à redução do custo das lavouras. A Coreia já garantiu US$ 14 milhões para esse projeto. O memorando foi assinado entre os representantes dos dois governos, com apoio de outras entidades, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). “Abriremos várias possibilidades a partir desse convênio. Queremos desenvolver a indústria aeroespacial no estado”, disse Altamir Rôso, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.
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