quinta-feira, 14 de março de 2013

Regional ´DE OLHO NA ÁGUA´ Projeto sustentável encerra atividades no Litoral Leste

De Olho na Água" gera renda e saberes de produção e respeito ao ambiente entre moradores de Icapuí

Limoeiro do Norte. O projeto "De Olho na Água" realizado pela Fundação Brasil Cidadão (FBC), em Icapuí, encerrou suas atividades em evento realizado ontem. A solenidade aconteceu na estação ambiental Mangue Pequeno, uma das obras do projeto. A iniciativa vinha sendo realizada há quatro anos e com a participação da comunidade obteve resultados surpreendentes, superando os objetivos propostos desde o seu início.

Iniciativa teve a duração de quatro anos, com financiamento da Petrobras, atuando em cinco comunidades , e instigou a população a produzir e se relacionar bem com o meio ambiente.




O "De Olha na Água" foi financiado pela Petrobras, que investe em ações sustentáveis em todo o País. 

O projeto transformou significativamente a vida dos moradores de cinco comunidades e suas relações com o meio ambiente, promovendo a sustentabilidade. O projeto encerra, mas, segundo seus organizadores, deixa um patrimônio de conhecimento e estrutural para a comunidade gerenciar e multiplicar o conhecimento adquirido, além do ganho em qualidade de vida. Foi consolidado em três grandes ações. A primeira de melhoria da qualidade da água e consequente melhoria da saúde comunitária em cinco comunidades. 

Em seguida, construiu-se um banco de dados onde todas as condições ambientais e ecológicas, modo de vida das pessoas foram levantados e transformados em mapas. Tudo foi estruturado em georreferenciamento, base de dados técnica, científica e processual, para fundamentar e auxiliar também na formação de politicas públicas. E, por fim, as pessoas da comunidade foram motivadas para que tivessem voz ativa, bem como uma participação direta.

Para o coordenador científico do projeto, Jeovah Meireles, a contribuição científica foi essencial para se compreender o território. "Tudo isso foi construído sempre na pedagogia da compreensão como sistema e a comunidade pautando suas linhas de ações, suas formas vinculares com o meio de ambiente, com a biodiversidade e informação técnica", disse.

Apoio

O projeto contou com o apoio científico da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), com a realização de pesquisas.

Foi instalada, na comunidade de Requenguela, a Estação Ambiental Mangue Pequeno, um centro referencial de monitoramento das ações de recuperação ambiental do mangue e um espaço de educação ambiental para a população. O local também abriga todos os relatórios e publicações da pesquisa realizada na comunidade. Há um calendário de visitação de estudantes das escolas públicas locais e é aberto ao público. Para a diretora executiva da FBC, Leinad Carbogim, o grande patrimônio que é deixado para os moradores é a mudança de comportamento da comunidade frente à biodiversidade, tratamento dos recursos naturais e do meio ambiente. Moradores das comunidades de Retiro Grande, Barrinha, Requenguela, Córrego de Sal e Ponta Grossa foram beneficiados com saneamento básico e água de qualidade.

"O ponto alto do projeto, que além de instalar 425 canteiros biossépticos e 445 cisternas e levar saneamento a um baixo custo e água para comunidade, trouxe uma resposta muito positiva. Isso muda a realidade das pessoas em termo de qualidade de vida", afirma Leinard.

Renda

A geração de renda da comunidade costeira veio através do cultivo sustentável de algas marinhas, aumentando o banco natural e fomentando pesquisa inédita no Brasil, onde a técnica de esporulação de algas, que produz mudas da planta em laboratório, evitando que se extraia do banco natural.

O manejo de abelhas jandaíra mantém a biodiversidade pela polinização de seu alimento e produz o mel que é comercializado pelos moradores. Também foram recuperados sete hectares do ecossistema manguezal, a base da cadeia alimentar e de produtividade do mar. Crianças da comunidade participaram no plantio das mudas, por meio de aulas de educação ambiental.

A gestora do programa Petrobras Ambiental, Ana Balogh Tripodí, conta que de 2005 a 2008 foram investidos R$ 500 milhões apenas em projetos ambientais voluntários.

Para o edital de 2012, que ainda aguarda resultado, serão investidos R$ 102 milhões em projetos que deverão atender a todas as regiões do País. "O investimento leva desenvolvimento para as comunidades e age diretamente na preservação ambiental e na prática de sustentabilidade", afirma.

Saneamento

425 canteiros biossépticos e 445 cisternas, que levam saneamento a um baixo custo e água para a comunidade, foram instaladas pelo projeto ambiental

Mais informações:

Fundação Brasil Cidadão
Telefone: (85) 3268.2778
Estação Ambiental Mangue Pequeno
Telefone: (88) 9995.4821

ELLEN FREITAS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste


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