sexta-feira, 9 de maio de 2014

Vale espera recuperação nos preços de minério no 2º semestre

Mineradora atribuiu a queda nos resultados do primeiro trimestre ao baixo preço do minério de ferro, mas afirmou que a situação deve se normalizar em breve.


São Paulo - Os lucros da Vale caíram no primeiro trimestre de 2014 mas, de acordo com Murilo Ferreira, presidente executivo da mineradora, a situação é passageira. 

Em conferência de imprensa para divulgação dos resultados do trimestre, Ferreira afirmou que um desequilíbrio entre oferta e demanda havia baixado os preços do minério, o que havia comprometido os ganhos da companhia. 

Para a Vale, porém, o pior já passou e os preços não devem mais cair mais do que os 110 dólares por tonelada de hoje. “A demanda continua crescendo e a oferta não crescerá na mesma velocidade. O aumento da oferta foi algo momentâneo”, disse o executivo. 

Ele lembrou que, todos os anos, entre 40 e 50 milhões de toneladmas deixam de existir no mercado por conta de minas em fim de vida, que deixam de funcionar no mundo todo.

A China também influenciou neste fenômeno, já que o país já tinha estoques suficientes de minério e reduziu suas compras. Ao fim do semestre, porém, o gigante asiático deve precisar de reposições.

Distribuição

A Vale, aliás, continua confiante na economia chinesa e afirma que a demanda por minério de ferro no paós deve crescer entre 3% e 5% neste ano. Até o fim de 2014, a mineradora já estará preparada para atender a essas necessidades.

O novo centro de distribuição na Malásia, que vai atender à Ásia e principalmente à China, deve começar a funcionar completamente em outubro deste ano. Foi o que afirmou José Carlos Martins, diretor de Ferrosos da Vale.

O recebimento de minérios já está operando, mas a saída só deve começar a operar no fim do segundo semestre. Ao todo, 60 milhões de toneladas de minério de ferro devem passar pelo centro de distribuição e 1,5 milhão permanecerão em estoques. 

Simandou

No mesmo dia em que a Vale divulgou seus resultados do primeiro trimestre ao mercado, o presidente da Guiné, Alpha Conde, afirmou que a companhia não teve “qualquer envolvimento com casos de corrupção”.
Duas semanas atrás, o governo aceitou um relatório que recomendava o cancelamento de duas concessões de minério de ferro detidas pela BSG Resources e pela Vale, parceiras em joint venture na região.

“Sermos bem vistos na Guiné foi uma ótima notícia, mas qualquer futuro investimento deverá passar pela autorização do conselho. A declaração do presidente é bastante motivadora”, disse Murilo Ferreira.

Ainda nesta quarta-feira, a Rio Tinto abriu um processo contra a Vale referente à mesma mina de Simandou, alegando que a mineradora brasileira havia conspirado de forma irregular para vencer a concessão. 

Sobre o processo, Ferreira afirmou que “cabe ao acusador demonstrar as provas, sob pena de má fé. A Rio Tinto precisa demonstrar que as investigações dessas instituições [o governo da Guiné] estão equivocadas”.

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