Sistema associa informações a uma representação geográfica específica. O GPS é um dos métodos de coleta de dados mais conhecido
Há séculos os mapas e as bússolas ajudam o homem a se localizar no mundo. Com o avanço da tecnologia, se encontrar e achar outras pessoas, locais e objetos está ficando cada vez mais fácil e preciso. As informações geográficas, antes desenhadas em papéis e paredes de cavernas, são representadas atualmente em ambientes computacionais, nos chamados Sistemas de Informações Geográficas (SIG) que, por geoprocessamento, tratam as informações geográficas e são capazes de realizar análises espaciais complexas, criando banco de dados georreferenciados. Já o georrefereciamento consiste em associar uma informação a uma representação geográfica específica, ou seja, determinar a posição de um objeto no globo terrestre, como uma escola, um hospital, uma padaria, um poste, um rio… No âmbito da educação, o sistema de georrefereciamento é adotado por alguns estados brasileiros, como o Paraná, contribuindo para alocar os alunos nas escolas mais próximas de suas residências, como mostrado no programa do Globo Educação.
“Tendo em mãos a latitude e a longitude, podemos determinar a posição de qualquer objeto no globo terrestre. Existem vários métodos de coletas de dados de posição sobre a Terra, o mais conhecido é o GPS, ou Sistema de Posicionamento Global (em inglês Global Positioning System), um sistema de navegação por conjunto de satélites que fornece a um aparelho receptor móvel (GPS) a posição determinada, assim como informação horária, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra, desde que o receptor se encontre no campo de visão de pelo menos quatro satélites GPS. Existem outros sistemas de localização, como os utilizados pelas operadoraes de celular, que conseguem localizar um aparelho cruzando as informações obtidas das antenas. Hoje temos também os globos virtuais, como o Google Maps e o Google Earth, que caíram no gosto das pessoas porque são fáceis de usar”, explica o professor Homero Fonseca Filho, do curso de bacharelado em gestão ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o professor, o georreferenciamento pode ser aplicado em várias áreas, como saúde, meio ambiente, agricultura… “As companhias telefônicas usam o sistema para determinar onde vão instalar as antenas de celulares, por exemplo. O governo pode adotar para saber onde vai construir escolas, hospitais, bases de polícia. Alguns setores são mais avançados no uso da ferramenta, outros nem tanto. Na educação, os globos virtuais e bancos de dados georreferenciados são extremamente úteis para o ensino mas, de modo geral, os professores têm dificuldade para utilizar tais ferramentas e nem sempre as escolas estão bem equipadas”, explica.
Com o surgimento dos tablets e smartphones, as pessoas estão mapeando a si próprias, o que os especialistas chamam de informação geográfica voluntária. “Eu digo onde estou e compartilho a informação com meus amigos. Além do lazer, isso é importante porque cidadão pode contribuir voluntariamente com os mapeamentos e com a cartografia, a partir do momento em que diz onde fica uma farmácia, escola, rua ou padaria perto da casa dele, por exemplo. Temos órgãos oficiais que fazem a cartografia do país com precisão para grandes construções e estudos detalhados, porém, ainda existem lugares mais afastados que não têm sequer um mapeamento mais simples, e os cidadãos podem ajudar, pois para isso não é necessário uma aparelho sofisticado ou uma informação 100% precisa”, ressalta.
O professor Gilberto Camara, que lidera a equipe de Geoinformática e Modelagem Ambiental do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), explica porque os sistemas de georreferenciamento podem ter erros de precisão. “A Terra não é uma esfera perfeita, ela tem deformações, e os mapas, geralmente achatados, aumentam a imprecisão dos sistemas. Em muitos casos, não precisamos saber onde fica exatamente um objeto, alguns erros não são relevantes. O GPS, por exemplo, já vinha com erro de localização embutido, uma estratégia do governo americano para impossibilitar que aparelhos de uso civil operassem com precisão inferior a 90 metros. A partir de 1º de maio do ano 2000, porém, o então presidente Bill Clinton assinou uma lei determinando o fim da interferência no sinal do sistema, e atualmente o erro de precisão não passa de 20 metros”, explica o professor.
Camara, que foi diretor do Inpe de 2005 a maio de 2012, ressalta a importância do instituto no desenvolvimento de ferramentas de geoprocessamento. “Quando começamos, na década de 80, não existiam os computadores avançados de hoje, parece que foi há um tempo muito distante. Com o avanço dos estudos, desenvolvemos softwares para pesquisa, ensino e políticas públicas. Mais de 1,5 milhão de imagens de satélite foram distribuídas pelo Inpe e o instituto também obteve grandes avanços no monitoramento de florestas por satélites, o que levou a uma grande queda no desmatamento na Amazônia. Este esforço foi apoiado pela total transparência da informação, o que mudou a forma como o Brasil e o mundo olham a Amazônia”, completa.
Fonte: Rede Globo.
Há séculos os mapas e as bússolas ajudam o homem a se localizar no mundo. Com o avanço da tecnologia, se encontrar e achar outras pessoas, locais e objetos está ficando cada vez mais fácil e preciso. As informações geográficas, antes desenhadas em papéis e paredes de cavernas, são representadas atualmente em ambientes computacionais, nos chamados Sistemas de Informações Geográficas (SIG) que, por geoprocessamento, tratam as informações geográficas e são capazes de realizar análises espaciais complexas, criando banco de dados georreferenciados. Já o georrefereciamento consiste em associar uma informação a uma representação geográfica específica, ou seja, determinar a posição de um objeto no globo terrestre, como uma escola, um hospital, uma padaria, um poste, um rio… No âmbito da educação, o sistema de georrefereciamento é adotado por alguns estados brasileiros, como o Paraná, contribuindo para alocar os alunos nas escolas mais próximas de suas residências, como mostrado no programa do Globo Educação.
“Tendo em mãos a latitude e a longitude, podemos determinar a posição de qualquer objeto no globo terrestre. Existem vários métodos de coletas de dados de posição sobre a Terra, o mais conhecido é o GPS, ou Sistema de Posicionamento Global (em inglês Global Positioning System), um sistema de navegação por conjunto de satélites que fornece a um aparelho receptor móvel (GPS) a posição determinada, assim como informação horária, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra, desde que o receptor se encontre no campo de visão de pelo menos quatro satélites GPS. Existem outros sistemas de localização, como os utilizados pelas operadoraes de celular, que conseguem localizar um aparelho cruzando as informações obtidas das antenas. Hoje temos também os globos virtuais, como o Google Maps e o Google Earth, que caíram no gosto das pessoas porque são fáceis de usar”, explica o professor Homero Fonseca Filho, do curso de bacharelado em gestão ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o professor, o georreferenciamento pode ser aplicado em várias áreas, como saúde, meio ambiente, agricultura… “As companhias telefônicas usam o sistema para determinar onde vão instalar as antenas de celulares, por exemplo. O governo pode adotar para saber onde vai construir escolas, hospitais, bases de polícia. Alguns setores são mais avançados no uso da ferramenta, outros nem tanto. Na educação, os globos virtuais e bancos de dados georreferenciados são extremamente úteis para o ensino mas, de modo geral, os professores têm dificuldade para utilizar tais ferramentas e nem sempre as escolas estão bem equipadas”, explica.
Com o surgimento dos tablets e smartphones, as pessoas estão mapeando a si próprias, o que os especialistas chamam de informação geográfica voluntária. “Eu digo onde estou e compartilho a informação com meus amigos. Além do lazer, isso é importante porque cidadão pode contribuir voluntariamente com os mapeamentos e com a cartografia, a partir do momento em que diz onde fica uma farmácia, escola, rua ou padaria perto da casa dele, por exemplo. Temos órgãos oficiais que fazem a cartografia do país com precisão para grandes construções e estudos detalhados, porém, ainda existem lugares mais afastados que não têm sequer um mapeamento mais simples, e os cidadãos podem ajudar, pois para isso não é necessário uma aparelho sofisticado ou uma informação 100% precisa”, ressalta.
O professor Gilberto Camara, que lidera a equipe de Geoinformática e Modelagem Ambiental do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), explica porque os sistemas de georreferenciamento podem ter erros de precisão. “A Terra não é uma esfera perfeita, ela tem deformações, e os mapas, geralmente achatados, aumentam a imprecisão dos sistemas. Em muitos casos, não precisamos saber onde fica exatamente um objeto, alguns erros não são relevantes. O GPS, por exemplo, já vinha com erro de localização embutido, uma estratégia do governo americano para impossibilitar que aparelhos de uso civil operassem com precisão inferior a 90 metros. A partir de 1º de maio do ano 2000, porém, o então presidente Bill Clinton assinou uma lei determinando o fim da interferência no sinal do sistema, e atualmente o erro de precisão não passa de 20 metros”, explica o professor.
Camara, que foi diretor do Inpe de 2005 a maio de 2012, ressalta a importância do instituto no desenvolvimento de ferramentas de geoprocessamento. “Quando começamos, na década de 80, não existiam os computadores avançados de hoje, parece que foi há um tempo muito distante. Com o avanço dos estudos, desenvolvemos softwares para pesquisa, ensino e políticas públicas. Mais de 1,5 milhão de imagens de satélite foram distribuídas pelo Inpe e o instituto também obteve grandes avanços no monitoramento de florestas por satélites, o que levou a uma grande queda no desmatamento na Amazônia. Este esforço foi apoiado pela total transparência da informação, o que mudou a forma como o Brasil e o mundo olham a Amazônia”, completa.
Fonte: Rede Globo.
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