O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada ou NDVI (sigla de Normalized Difference Vegetation Index) permite não só mapear a vegetação, mas também medir sua quantidade e condição em uma determinada área.
O NDVI se traduz por um indicador numérico, que varia, teoricamente, de 0 (referente à vegetação sem folha, submetida a condição de estresse hídrico por deficit de água no solo) a 1,0 (relativo à vegetação com folhas, sem restrições hídricas e na plenitude de suas funções metabólicas e fisiológicas).
O NDVI é calculado utilizando as porções da energia eletromagnética refletida pela vegetação nas bandas do vermelho (comprimento de onda = 0,6 micrômetros) e do Infravermelho próximo (comprimento de onda = 0,8 micrômetros).
O princípio físico do NDVI se baseia na assinatura espectral das plantas. As plantas verdes e com vida absorvem fortemente radiação solar na região do vermelho (0,6 micrômetros) para utilizar esta radiação como fonte de energia no processo de fotossíntese. Por outro lado, as células das plantas refletem fortemente na região do infravermelho próximo (0,8 micrômetros). As porções absorvidas no vermelho e refletidas no infravermelho variam de acordo com as condições das plantas. Quanto mais verdes, nutridas, sadias e bem supridas do ponto de vista hídrico for a planta maior será a absorção do vermelho e maior será a reflectância do infravermelho. Assim a diferença entre as reflectâncias das bandas do vermelho e do infravermelho será tanto maior quanto mais verde for a vegetação.
O referido índice pode ser utilizado em uma vasta gama de estudos como modelagem climática e hidrológica; balanço de carbono, detecção de mudanças climáticas, estimativas de parâmetros da vegetação (cobertura vegetal, índice de área foliar); atividades agrícolas (monitoramento do ciclo de crescimento de culturas, modelagem do crescimento e produtividade de plantações); monitoramento de secas; detecção de desmatamentos, avaliação de áreas queimadas, entre outras aplicações.
O NDVI do Semiárido brasileiro está sendo disponibilizado como resultado da parceria entre o Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI) e o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS), unidade de investigação e desenvolvimento integrada ao Instituto de Ciências Atmosféricas (ICAT) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), sob a coordenação do professor Dr. Humberto Alves Barbosa.
O LAPIS realiza atividades de pesquisa, assistência tecnológica e treinamento de recursos humanos para a recepção, processamento, interpretação e integração de imagens dos satélites da série METEOSAT. Para atender a essa demanda, em 2007, a UFAL instalou e operacionalizou a terceira estação de recepção de imagens do satélite METEOSAT Segunda Geração (MSG) no Brasil. Como atividades de pesquisa e transferência de conhecimento, a equipe do Laboratório elabora aplicativos para tratamento de imagens, disponibiliza produtos meteorológicos e ambientais derivados do MSG para setores operacionais e oferece treinamento na área.
No site do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação - MCTI - direcionado ao Instituto Nacional do Semiárido (INSA), há alguns exemplos de mapas gerados a partir destes estudos.
Fonte: http://www.insa.gov.br/ndvi